quarta-feira, junho 06, 2007

O meu bichinho-de-mato

Escrevo ainda sem saber muito bem se deva ou não. Por um lado, porque muita coisa se vai passar, mas por outro é o que estou a viver neste momento. E um blogue (este por vezes não é assim), é para isso mesmo: descrever o dia-a-dia.
Não quero esquecer o que sinto nem o que vamos vivendo neste momento. Calma, não é nada de grave. Apenas quero que fique registado.
Tenho uma filha. Com genes de vários lados, mas este com certeza não é meu. Ou será que é? (lembro-me da minha avó me contar que quando eu era pequenina também era assim...) Tenho uma filha bicho-de-mato.
A bem dizer ela é de extremos. Tanto recua assim que uma criança se aproxima como é ela que dá o primeiro passo; vira a cara a desconhecidos; chora desalmada se lhe levantam a voz; não quer sair do meu colo (ou do pai) se está num espaço novo...
Ainda um destes dias, foi comigo às compras. Estava a comer pão enquanto aguardávamos a nossa vez para pagar. Ao nosso lado estava uma menina, talvez um pouco mais velha que ela. Foi-se aproximando devagar, quis dar-lhe o pão dela, fez-lhe miminhos, deu-lhe um beijinho. A outra pequena quase não se mexia. Ia-se rindo. Esta é a parte que eu gosto, quando ela vai e tenta arranjar uma "colega".
Mas em contrapartida, a parte bicho-do-mato. Tem um priminho uns meses mais novo que ela. É certo que é rapaz e um pouco destrambelhado mas ela diz e afirma que não gosta dele. Quando tentamos uma aproximação entre os dois, ela dá o primeiro passo. Tenta dar-lhe um beijo mas ele, sem querer ou com aquela loucura, aperta-a ou empurra-a, e ela desata logo numa choradeira e a pedir para ir embora e a dizer que não gosta dele.
Uma amiga minha ficou admiradíssima com uma situação passada em casa dela. Ela tem um miúdo com 4 anos que é o piorio. Ele desfaz tudo, está sempre a asneirar. O pai deu-lhe um berro, nós estávamos a lambusar-nos com um pudim, as três à mesa, e não é que a minha linda filhinha, começa a fazer biquinho e a pedir para ir embora... Eu perguntei-lhe porquê, não estava a entender. E ela disse que o papá tinha dado um berro ao Diogo... e que queria ir embora.
Não fomos mas tivemos que sair dali para ela não o ver. No final deu-lhe um beijinho mas não se esquece.

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