sexta-feira, junho 29, 2007

2-2

Hoje comemoras 2 aninhos e 2 meses.
Minha nossa como o tempo passa. A minha bébé está uma menina. Treteira... Fala pelos cotovelos na presença de conhecidos e esconde-se na presença de quem não conhece. Pede para ir embóia.
Um dia destes eu e ela no carro. Sempre que estamos as duas pergunta-me onde vamos. Era hora de irmos para casa mas eu disse-lhe que iamos passear. Disse-me que queria ir para casa. Eu disse-lhe novamente que era melhor irmos as duas dar um passeio.
- Não mãe. Vamos embóia. É milhori...

terça-feira, junho 26, 2007

Cumplicidades

Ontem ao final da tarde o pai teve que sair.
Apesar do vento, estava um dia muito agradável e não me apetecia nada ficar em casa. Perguntei-lhe se queria ia dar um passeio comigo. Ela adora passear e respondeu logo que sim, viva, que fixe... Foi apenas uma voltita por ali, a uma fonte de água a uns 15 minutos de casa. Água fresca, muito boa.
É engraçado como vemos os nossos filhos. Uma óptima companhia, bons ouvintes, grandes amigos. É assim que eu vejo a minha filha.
Gostei muito do pequeno passeio como gosto de tudo o que faço com ela. Porque ela é muito curiosa e pergunta e diz e faz. E dá opiniões. E eu gosto de lhas pedir.
Hoje eu estava a tomar o pequeno-almoço. Agora apanhou o gosto de se pendurar no banco quando eu estou sentada. Sobe, diz olá, desce, diz xau, volta a subir e repete a história.
Mas hoje foi diferente. Subiu e disse: gôto de ti, mãe.
E foi a primeira vez que eu ouvi daquela boquinha tão linda, sem lho pedir, esta declaração de amor, de amizade, do que há de melhor do mundo.
Obrigada filha. Eu também gosto muito de ti.

sexta-feira, junho 22, 2007

O sexo dos...

Deram-lhe um boneco do sexo masculino... com uma pilinha mesmo a sério.
Hoje de manhã tirei-lhe o pijama e ficou com as maminhas à mostra. Começou-lhes a mexer e disse-me para olhar. Eu perguntei-lhe o que era.
- São as maminhas mãe.
Depois desta resposta pôs a mão em cima da "paqueca" e disse:
- E aqui é a pila...
(eu sei que escrito não tem o mesmo impacto, mas a piada é vê-la dizer é a pila, como se estivesse a dizer a coisa mais verdadeira do mundo, que só ela sabe, e a juntar a tanta sabedoria uma ligeira inclinação de cabeça, do tipo, tás a ver?)

Conversas com ela...

De manhã, depois de me vestir, perguntei-lhe se a roupa ficava bem (acho-lhe piada fazer estas perguntas porque ela responde sempre e repara mesmo na roupa...)
- Fica mãe. Tá gira!
Passado uns segunditos:
- Ó mãe as cauças não. Fica mal. Vais tirar não vais?
Ontem à noite tirei-lhe a fralda antes de a deitar e, por preguiça, pois está claro, deixei-a na cestinha da bicicleta. Era só de xixi...
Hoje mal viu a teteta correu para ela mas quando viu a fralda:
- Ui, que nojo! Blhec! Cheira mal...
E pega na fralda com muito jeitinho para não se sujar e espeta com ela no chão da cozinha. Eu pergunto-lhe se o lixo é ali.
- Ó mãe cheira mal. Deita tu. Na teteta não.

quinta-feira, junho 21, 2007

Sopas

Já o disse aqui algumas vezes que a minha menina lindona adora comer. Especialmente a sopita, que me orgulho de dizer, ainda sem sal. Na minha mãe sei que caem umas pedritas mas que mal tem isso? Afinal ela já come de tudo.
Comia??
Agora quando se aproxima a hora e a chamo para a mesa ela diz logo "Sopa não. Só quero papa".
E nem vos consigo descrever o tormento que passo para lhe conseguir meter umas colheres de sopa.
É que ela abre aquela goela, começa a tossir, a puxar o vómito (ai c'a nervos), a chorar, a dizer que não quer, a abanar-se toda, a afastar a minha mão (ai c'a nervos), e eu a perder a paciência e a contar-lhe histórias, que o Ruca e o Noddy também comem a sopa, que é para ela ficar grande e forte e para ir para a escola com os meninos. Qual quê? Continua com aquelas goelas abertas...
Hoje enervei-me tanto que lhe dei um abanão. Caraças... se não fosse porquê levava uma palmada naquela.... na boca, eu sei lá, mas que me passei, passei.

Das nossas manhãs

As nossas manhãs não chegam para nada. É sempre uma correria e as coisas ainda correm pior quando nos levantamos os dois ao mesmo tempo.

Enquanto que eu tomo banho, ele ainda fica na cama, acabo, chamo-o, vou aquecer o leite da catraia, chamo-o, vou acordá-la, trago-a para a nossa cama e voilá, ele acorda para lhe dar beijinhos. A partir daqui é sempre a correr, mudar a fralda, vesti-la, vestir-me, preparar o pequeno-almoço. Nesta altura o meu queridinho já está pronto e vamos todos para a cozinha.

Hoje já estávamos os dois sentados e ela andava por ali.

De repente olha para o cantinho dela e exclama como se fosse a primeira vez que os visse: os legos... Posso bincai mãe?

Brincar com os legos? A esta hora. Brincas logo Inês. Vão ficar aí todos espalhados...

Ó mãe, deixa... posso mãe? Posso? Deixas bincai, deixas?

Pois claro, dizer o quê? Podes brincar mas depois tens que deixar tudo arrumadinho.
Entretanto acabei o meu pequeno-almoço e fui acabar de me preparar. Quando cheguei à cozinha, já pronta para pegar nela e arrancar, estavam os leguinhos todos na caixa.
É que depois fico numa situação difícil... ela porta-se tão bem. Até custa dar-lhe ralhetes ou não a deixar fazer o que me pede.



quarta-feira, junho 20, 2007

Fases

Anda muito autoritária e muito senhora de si. Acho-lhe piada. Tem uma personalidade muito forte. É muito dona do seu nariz.
Não vai em cantigas. Quando diz não é mesmo não. Quando quer uma bolacha daquelas não pode ser das outras. Quando quer a mãe não quer o pai...
Torna-se complicado gerir as coisas assim, porque nem sempre temos exactamente aquilo / aquele que ela quer.
Começou a fase das birras. Ai meu Deus, ontem até lha dava uma palmada mas abracei-a e ela acalmou. Num supermercado embirrou que queria uma banana. Mas eu tinha que ir pesar a dita, pagar, voltar a entrar, dar-lha e retomar as minhas comprinhas. Ainda não perdi de vez a minha cabecinha e ofereci-lhe uma bolacha, um bolo, um chocolate. Não, uma banana! Amuou, chorou, lágrimas grossas de quem está mesmo sentido. Peguei nela e abracei-a. Falei com ela e pedi-lhe para não chorar mais. Acalmou.
Coisa rápida porque começou a pedir uma batata-frita. Não pode ser. Mas afinal o que é isto? Uma criatura deste tamanhinho a levar-nos ao limite, o Jo já a passar-se a dizer que ia para o carro com ela, calma aí, como é? Ela não pode fazer ou ter o que quer.
Passou-lhe. Como veio, foi. Pancadas? Todos temos.
Hoje ao almoço pediu água. No copito dela, sim porque ela já é uma menina grande e não quer água no biberon, e bebeu-o todo de rajada. Engasgou-se e pediu mais. O pai disse-lhe para ter cuidado para beber devagar e ela virou-se para ele, com cara de poucos amigos e com o dedo apontado e disse calou...
Não sei se ria não sei se chore...
Mas comigo é igual. Inês apanha isso que deitaste ao chão. Ó mãe, apanha tu! Mas não pensem que é dito de forma brusca. Nada disso.`É dito de uma forma tão meiguinha, com um inclinar de cabeça e por vezes até um biquinho lindo que até é difícil não fazer o que ela diz.

terça-feira, junho 19, 2007

Teste dos gelados

Não costumo achar muita piada a estes testes, mas acho que este resultado tem muito a ver comigo.

quinta-feira, junho 14, 2007

Sustos

Esta noite choveu muito. Com muito vento e frio à mistura. Uma noite de Inverno.
Gosto de estar na cama e ouvir a chuva a cair lá fora. Gosto de me cobrir e imaginar o frio que estará.
A meio da noite ela chorou. Acho que chorou porque estava presa no lençol. Não conseguia libertar um pé. Eu soltei-a, deitei-a e cobri-a. Não resisti e deitei-me uns minutos com ela.
Voltei para a minha cama e adormeci.
O dia já estava a nascer, a chuva continuava a cair e ouvimos um estrondo, seguido de um choro. O choro dela. Tinha caído da cama. A imagem que ainda tenho é ela no chão, a chorar, a tremer. Peguei nela, não tinha nada. Foi um susto grande. Mas ela tremia tanto... tadinha.
Deitei-me com ela. Ainda demorou a voltar a adormecer.

terça-feira, junho 12, 2007

Hoje

vou escrever sobre a minha mãe. Já pensei e repensei a forma como o vou fazer de modo a que nem seja mal intrepertada e de modo a que, quando reler este texto ou quando o mostrar à minha filha, se consiga entender o que está aqui.
Tenho uma mãe fantástica e sei que lhe estou eternamente grata por tudo que ela fez e continua a fazer por mim. A minha filha fica lá durante quase todos os dias da semana, das 08h30 às 19h00, e eu apareço para almoçar, das 12h30 às 14h00. Analisando isto, posso ver que a minha filha passa muito mais tempo com a minha mãe (com a avó) do que comigo (a mãe). Sei que a vida é mesmo assim, apesar de me entristecer bastante quando ela fica a chorar. Mas c'est la vie.
A minha filha adora-a, é louca por ela e o inverso é igualmente gigante.
Mas há um pequenino ponto que eu considero defeito e que não gosto: (chegou a parte complicada...) ela mete-se bastante, ela quer mandar, ela quer fazer o papel de mãe. E como é que isso acontece?
A minha filha é muito pegada a mim. Talvez um pouco demais... ou não. Hoje eu cheguei e ela estava a preparar-se para comer. Quando me viu não me largou mais. Dei-lhe a sopa, ela sentada no meu colo, depois sentei-a na cadeira e ela comeu sozinha. Quando acabou pediu colo, mas eu ia começar a comer. Sentei-a nas minhas pernas. Afinal tinha outra mãozinha para ir comendo. Eu estava a comer e a minha mãe ao lado sempre a dizer: anda cá à bó, não queres ir ver os bonecos, não queres ir nanar, deixa a mãe comer, anda cá, não queres fazer chichi, anda ao colo da avó, anda nanar comigo... assim, tipo ladainha, de rajada. Ó pá, passei-me e disse-lhe para a deixar estar. Afinal eu já passo tão pouco tempo com ela. Amuou. Azarito.
A catraia começou a pedir caminha. Eu fui deitá-la. A minha mãe pergunta sempre com quem ela quer ir e ela responde SEMPRE, com a mamã. OK! Chegamos à cama e ela queria pagode. Brincamos um bocadinho mas sempre que a minha mãe ou pai entravam no quarto ela dizia para sair, que não queria, só quero a mamã. Não adormeceu. Voltamos a sair e ela rejeitava a minha mãe. Só me queria a mim.
Ela, chateada (pergunto, será que ela não entende que é apenas uma criança, que é normal este miminho?), vira-se para mim e diz que não entende o que eu lhe faço, que só me quer, que fica chata quando eu estou, vai-te embora feia, não gosto de ti...
Mas sabes avó, nós gostamos muito de ti. Só não gostamos deste feitiozinho teu.

segunda-feira, junho 11, 2007

Cantorias

Ontem à noite estávamos os dois um bocado amuados. Por coisas de nada, porque sim ou porque não, porque faz parte.
Deitei-me sozinha. Ele veio mais tarde que o senti. Senti-lhe a pele e o calor. Embrulhei-me nele como gosto de o fazer. A dormir não há amuos. Fazemos parte um do outro e também o mostramos assim.
A meio da noite senti (mos) a catraia acordar. Não chamou. Ele levantou-se e foi vê-la. Ela pediu a mãe sem chorar. Ele voltou para o nosso ninho de amor e disse-me que ela estava meia a dormir, que pediu a mãe e ele disse-lhe que me ia chamar.
Mas reinava o silêncio e eu não me levantei. Deixei-me estar. Passaram uns minutos apenas e ouço-a cantar. A música do menino.
óó óó
ólhai, ólhai
No escuro, sem nos vermos, sorrimos um para o outro.

Carinhos

Ontem num episódio de uma série conhecida, um médico louco operou uma mulher grávida. A operação destinava-se ao bébé. É apenas uma série, claro.
Mas quando vimos aquele dedo minúsculo a acariciar uma mão grande, tocou-nos. Um sentimento estranho, uma vontade louca, uma saudade. Não falamos no assunto mas penso que aquilo tocou a ambos.
Deitámo-nos os dois com ela. Abraçados. Um abraço grande, eterno.

E depois

de um fim de semana prolongado, que passou a correr mas que foi muito muito bom, só me ocorre dizer que não há mais feriados até às férias... ai, ai que isto vai custar.

quarta-feira, junho 06, 2007

Canções

Gostas de me ouvir cantar para te adormecer. E já conheces a maior parte das músicas e inclusive és tu que as pedes.
A música do momento é uma que penso que é de "Igreja", daquelas que se cantam nas Missas. Não sei porquê nem como me lembrei dela, cantei-a e tu gostaste. Agora pedes a música do menino. Reza assim:
Maria embala o menino, óó óó
Que ele é muito pequenino, óó, óó
Tão pequenino e tão só.
Ó pastores acordai, olhai, olhai
Uma estrelinha no céu
Diz-nos que Jesus nasceu.
Ontem ao final da tarde estávamos os três na cozinha. Eu estava a preparar o jantar eles estavam a fazer-me companhia (por pouco tempo...). O pai começou a cantarolar a música do menino, ela estava entretida com os brinquedos dela, alheia ao resto (pensávamos nós), mas cantou: (...) que ela é muito pequenina (...). Agora imaginem um pirralho de apenas (apenas?? já.) dois anos a levantar-se, a ir ao pai e dizer-lhe:
- Pai, não é meninA. É meninO. É a música do meninO.
Assim, tal e qual. Se não sabes pai, eu ensino-te.

O meu bichinho-de-mato

Escrevo ainda sem saber muito bem se deva ou não. Por um lado, porque muita coisa se vai passar, mas por outro é o que estou a viver neste momento. E um blogue (este por vezes não é assim), é para isso mesmo: descrever o dia-a-dia.
Não quero esquecer o que sinto nem o que vamos vivendo neste momento. Calma, não é nada de grave. Apenas quero que fique registado.
Tenho uma filha. Com genes de vários lados, mas este com certeza não é meu. Ou será que é? (lembro-me da minha avó me contar que quando eu era pequenina também era assim...) Tenho uma filha bicho-de-mato.
A bem dizer ela é de extremos. Tanto recua assim que uma criança se aproxima como é ela que dá o primeiro passo; vira a cara a desconhecidos; chora desalmada se lhe levantam a voz; não quer sair do meu colo (ou do pai) se está num espaço novo...
Ainda um destes dias, foi comigo às compras. Estava a comer pão enquanto aguardávamos a nossa vez para pagar. Ao nosso lado estava uma menina, talvez um pouco mais velha que ela. Foi-se aproximando devagar, quis dar-lhe o pão dela, fez-lhe miminhos, deu-lhe um beijinho. A outra pequena quase não se mexia. Ia-se rindo. Esta é a parte que eu gosto, quando ela vai e tenta arranjar uma "colega".
Mas em contrapartida, a parte bicho-do-mato. Tem um priminho uns meses mais novo que ela. É certo que é rapaz e um pouco destrambelhado mas ela diz e afirma que não gosta dele. Quando tentamos uma aproximação entre os dois, ela dá o primeiro passo. Tenta dar-lhe um beijo mas ele, sem querer ou com aquela loucura, aperta-a ou empurra-a, e ela desata logo numa choradeira e a pedir para ir embora e a dizer que não gosta dele.
Uma amiga minha ficou admiradíssima com uma situação passada em casa dela. Ela tem um miúdo com 4 anos que é o piorio. Ele desfaz tudo, está sempre a asneirar. O pai deu-lhe um berro, nós estávamos a lambusar-nos com um pudim, as três à mesa, e não é que a minha linda filhinha, começa a fazer biquinho e a pedir para ir embora... Eu perguntei-lhe porquê, não estava a entender. E ela disse que o papá tinha dado um berro ao Diogo... e que queria ir embora.
Não fomos mas tivemos que sair dali para ela não o ver. No final deu-lhe um beijinho mas não se esquece.

sexta-feira, junho 01, 2007

(ainda) O desfralde

As tentativas de desfralde estão a ser um sucesso. Ainda não me aventuro a sair com ela sem fralda, mas quando estamos em casa, ou na da minha mãe, já anda sem e já pede para fazer.
Giro, giro é ver a cara dela quando está a sair algo. Assim, com os olhos bastante abertos e com um pequeno sorriso, seguindo-se um:
- Já fazeu! ou Já está! (gosto tanto destes pequenos erros... e sou uma tola não os registar).
E depois, toda arteira, sai do pote ou do redutor, pega em papel e tenta limpar os dito ou dita. É gira esta catraia e tem jeito para a coisa. Lá se limpa ou tenta limpar-se. No fim sabe que a mãe tem que lavar o rabinho para ficar a cheirar bem.
E ela gosta.
Eu já disse que a catraia é mesmo gira, não já?