segunda-feira, maio 28, 2007

...

Não sou nem nunca fui uma pessoa muito lamechas. Sempre encarei a vida com positivismo e com aquela ideia de que tudo se resolve. Basta querer.
Mas quando saio da casa da minha mãe, onde só fui dar um beijo de fugida à minha menina, e ela fica a chorar desconsoladamente, desalmadamente, tudo o que eu sinto e penso e quero se desvanece e só me consigo lembrar dela.

quinta-feira, maio 24, 2007

Conversa de...

Começaram os treinos para deixar as fraldas. Sem stresses, que a catraia não é muito dada a coisas forçadas. Há que dar tempo.
Como tivemos uns dias assim p'ró quente e as saias passaram a ser vestidas sem collants, resolvemos que seria nessa altura. O pote já lá estava. Faltava apenas o cú para o usar...
Quer dizer esse também está lá, mas pelos vistos gosta de estar sempre aconchegadinho. Com fralda. E com cocó e chichi. Pelos vistos...
Mas também que porcaria de tempo que nos troca as voltas. Os collants não voltaram mas as saias também não, que as pernas têm frio. Calças são bem mais quentinhas. Lá por casa vamos tentando umas investidas ao respectivo mas nunca há vontade.
Queres fazer chichi, Inês?
Não, mãe...
É sempre não. Nunca a ouvi dizer que quer, mas aparece sempre com a fralda suja. São coisas. Não se sente, não se prevê. Faz-se e já está.
Ó mãe, cócó. Já está.
Na fralda, pois claro.
Hoje ao almoço, porque há excepções e hoje até está frio que ela foi de calças e de botas (??), eu tinha, eu não tinha mas foi deixado para eu ver, dois lindos chichis.
Coisa mai linda. Admirar chichis e cócós. Admirar porcarias, pois então.
Será que a partir de agora vou ter aquela conversa de merda: ó mãe, ela fez? E como era? Mole, duro...
Ok, acho que é melhor não continuar.

terça-feira, maio 22, 2007

Post de Amor

É costume dizer-se: "Todas as cartas de amor são ridículas". Será que os posts também o são? Quero então ser ridícula. Não me importa.
Porque os dias são passados a correr, quase sem tempo para nós, porque hoje ainda não te disse, porque o podia fazer mais logo, em casa, apenas os dois.
Não.
Hoje falo ao mundo. Quero dar a notícia do meu amor. É complicado falar amor, do amor que é o nosso, mas vou ser capaz.
Hoje amo-o ainda mais que ontem.
Com todas as suas fraquezas e defeitos, amo-o.
Amo-o assiiiiim... muuuuito (imaginando que estou de braços abertos, dedos esticados, como se conseguisse chegar daqui até ao céu.
Agora para ti: AMO-TE. SAUDADES. BEIJO.

quinta-feira, maio 17, 2007

Adora

andar de bicicleta.
Foi-lhe oferecida no Natal mas nunca lhe ligou muito. Talvez porque não chegava aos pedais e era complicado conduzir e empurrar ao mesmo tempo. Ia pegando nela quando se lembrava.

Agora é quase paixão. Já consegue pedalar e domina o guiador.
Mas tem calma miúda porque o domínio não se alcança assim com duas tretas.

Ontem lá andava toda contente. Vai para todo o lado em cima da "titeta" e na cestinha vai sempre algo: ou um boneco, ou um livro, ou um resto de fruta, qualquer coisa. Não sei como porque não vi, o conteúdo da cesta caiu ao chão. Ela achou que, mesmo estando sentada, conseguia apanhar. E até conseguiu. Mas caiu ela, caiu a bicicleta e deu com a cara numa cadeira.
Só à noite é que reparei que tinha a barbela um cadinho negra e que ainda se notava na bochecha um risco da pancada.
Agora anda a queixar-se a meio mundo que tem um dói-dói e se alguém o tenta ver alerta logo: não mexas!.

Eu...

Vi e achei engraçado.
É uma forma de me ficarem a conhecer um pouquito melhor.


segunda-feira, maio 14, 2007

Expressões

Fala imenso, como um papagaio (quando està virada para isso), mas o que lhe acho mais piada é aquelas expressões nitidamente "copiadas":
Quando alguém chama por ela, responde:
- OI!
Quando prova algo novo, proibido:
- UAU MÃE, É BOM!
Quando vê alguma coisa nova:
- UAU MÃE, É XIRO!
Quando anda de bicicleta, ou no escorrega:
- UAU MÃE, É FIXE!

sexta-feira, maio 11, 2007

Porque

nós também temos noites menos boas.
Não foi uma noite má. Apenas um bocadinho mexida.
Talvez efeitos da vacina? Ou da animação da tarde? Ou do passeio que já foi dado tardio? Perguntas sem resposta...
Já adormeceu tarde. Passava das 22h. Culpa minha. Mas adormeceu bem, calma, o leite todo bebido, com meli como ela gosta (o mel que lhe deitamos não passa de uma colher de papa. Gosta de ver aqueles bocadinhos a boiar...).
Acordou umas 2 horas depois. Chamou-me. Eu fui. Com uma moca daquelas deitei-me ao lado dela. Voltou adormecer e eu também.
Vira para um lado, vira para outro, levanta um pé, abre um olho, faz-me miminhos, vira-se para o outro lado, deita a cabeça no meu peito, levanta-se e deita-se novamente, vira para um lado, vira para outro e assim sucessivamente. E eu sem pregar olho. Devia faltar pouco para o despertador tocar quando ela caiu num sono profundo. E eu também. Por pouco tempo.
O despertador toca, eu levanto-me e vou para a minha cama. Deito-me uns minutos e abraço o Jo. São horas de levantar.

quinta-feira, maio 10, 2007

O meu pai

O meu pai é um homem relativamente novo, bonito, charmoso. Foi e ainda é um óptimo pai, sempre atencioso, preocupado mas autoritário quando era preciso. Lembro-me de gostar de levar as minhas colegas lá a casa para almoçar porque ele recebia-as tão bem e era sempre muito elogiado. Quando via que eu chegava acompanhada tentava logo fazer algo para nos agradar. Elas gostavam imenso dele e ele delas. Mesmo passado anos ele lembra-se de algumas e por vezes pergunta-me como estão. Elas igual.
E eu gostava e gosto muito disso. Gostava que gostassem do meu pai.
Mas agora o meu pai é avô e nós, as filhas, passamos para segundo plano. Não que isso importe realmente, não, mas a idade também não é a mesma e a paciência vai-se esgotando. Principalmente para quem vive com ele. Claro que eu não estando lá a minha irmã acaba por ser a vítima da falta de paciência e calma que sempre o caracterizaram.
Mas não há nenhum mal nisso. Eu acho. Faz parte.
O mal, a meu ver, é ele andar muito chato. Mesmo! Eu sei que é amor, que é paixão, que é loucura o sentimento que ele nutre pela minha filha, mas por vezes é massacre.
Ele pede-lhe um beijo e ela dá. Ele pede outro e ela diz-lhe que já deu (!!). Ele insiste e ela resmunga. Ele volta a insistir e desta vez agarra-lhe a cara. Ela resmunga ainda mais. Ele ri-se mas tenta novamente agarrando-a, encostando a cara dele para ela lhe dar um beijo. Ela prega-lhe uma lambada... assim. Eu não gosto que ela faça isso, mas neste caso, e em muitos outros idênticos, ela tem razão. Porque ele não consegue parar. E não mede as consequências de determinados gestos. Como quando vamos para o carro ele vem sempre, sempre comigo. Geralmente ela vai a pé, de mão dada ou não. Nunca com ele. Ele vai atrás dela e dá-lhe pontapés. Mas os pontapés por vezes saem com força, por vezes até magoam. E ela tem que lhe dar um berro ou mesmo eu.
Como da outra vez que ela queria ligar o DVD (que já o sabe fazer) e ele deu-lhe um berro, alto e um pouco brusco para não mexer. Mas dessa vez ela chorou e ele ficou triste.
Mas eu até o entendo. Agora faz-lhe falta alguém que o elogie, uma pessoa nova que goste dele. Porque ele precisa disso. É um homem carente e as mulheres dele (eu, a minha irmã e a minha mãe) agora não têm tempo para lhe dar mimo. E então ele "vinga-se" na pequena.
Ainda hoje, até me ri da cara que ele fez, ele tinha falado em ir dar uma volta com a Inês e com a minha mãe. Não estava nada combinado até porque é muito incerto o tempo que ela vai dormir. Apareceu lá a casa uma amiguinha dela e ele ficou logo fulo, a falar entre dentes, eu já sabia, é sempre a mesma coisa, já não vai dar para ir a lado nenhum... Eu vim-me embora mas ele continuou com esta ladainha.
Coitado. Precisa de ser amado e isso está-nos a passar ao lado. Entretanto vai amando da forma que ele sabe fazer.

quarta-feira, maio 09, 2007

Folga

Hoje fiquei por casa.
Foi dia de vacinas: minha e dela. Minha, já bastante atrasada, do tétano, dela da varicela. Porque a pediatra nos aconselhou. Porque, devido às crises que ela costuma ter durante o Inverno, a varicela podia agravar ainda mais a situação. Depois deste esclarecimento não pensamos duas vezes e decidimos dar-lhe.

Eu fui a primeira. Ela estava ali a olhar para mim, a falar com as enfermeiras, toda bem disposta. Já tinha dito que não ia chorar mas que no fim queria ir para o escorrega. Claro que vamos... Chegou a vez dela. Peguei nela ao colo e ela continuava a falar e a brincar. A enfermeira ia-se aproximando e não se passava nada. Não era nada com ela, até... mal lhe espetou a agulha chorou. Um choro também de dor mas com muito mimo à mistura.

Pronto já passou. Vamos ao escorrega?
Assim de repente parou de chorar. Lá fomos.

Agora estamos em casa, ela a dormir e eu por aqui. Tenho uma deliciosa tarte de maçã no forno que, caso esteja boa, deixarei a receita. Foi "roubada" daqui.

terça-feira, maio 08, 2007

Frases...

A frase do momento, dita de uma forma demasiado convincente e seguida de um suspiro de cansaço, é:
Ai a bida...

sexta-feira, maio 04, 2007

Dedicatória antecipada

À minha mãe, tão diferente e tão igual a mim, um beijo especial neste 6 de Maio.
À minha mãe, que apesar dos defeitos, nos criou, a mim e à minha irmã, e nos ajudou a sermos alguém na vida, o meu sincero obrigada.
Sei que, nas horas difíceis, é por ti que chamarei.
Sei que, quando estou doente não posso ir à cama porque a mãe da minha casa sou eu, e lembro-me de quando estava doente e "era a filha" tu me levavas o almoço à cama e me fazias companhia.
Sei que, mesmo chocando entre nós, tens orgulho em mim.
Digo-te que fizeste um óptimo trabalho. Ensinaste-me a ser bem educada, honesta, simpática, amiga. Talvez não o consiga sempre, mas esforço-me. E tento ser uma boa mãe tal como tu foste e ainda és.
Não és perfeita mas tu por vezes tentas exigir isso de mim. Penso que o fazes sem pensar, na tua atitude de mãe super protectora.
Apesar das zangas, apesar das palavras um pouco ásperas e ditas sem pensar, também há abraços, há apoio, há carinho. Há o contar sempre uma com a outra, há o saber que estás sempre lá.
E lembra-te que seremos sempre mãe e filha.

quinta-feira, maio 03, 2007

Reparei

que pareço andar um pouco ausente.
Na verdade, este ano não começou muito bem.
Perdi algumas pessoas que considerava importantes para mim e quando me refiro a perdas não significa morte. Quero dizer simplesmente que as perdi.
Algumas dessas pessoas tinha-as por amigas. A surpresa foi revelarem-se precisamente o contrário.
Seja como for, não adianta mascarar a tristeza com irritação.
As coisas no trabalho também não correm como eu esperava que corressem, o tempo anda todo baralhado, as notícias no telejornal só mostram coisas más, o estado do nosso país...
Não estou zangada nem irritada; estou triste.
Pronto.
Custa um pouco confessar uma coisa tão simples, porque na tristeza se vislumbra uma pontinha de fragilidade, mas faz bem reconhecer a verdade.

Comidas

A Inês foi sempre uma óptima boca. Come sempre tudo e é uma criança que gosta de comer. E nunca deixou de comer a sopa, não porque a obrigamos mas sim porque ela pede. Ainda ontem faltava apenas "rapar" o prato e eu afastei-o. Ela reclamou logo mais sopa. Só depois de rapado ela disse: toda!!
Mas noto que a alimentação que lhe tento dar e a nós também é saudável.
Lá em casa:
. quase não se comem fritos. quando faço é em azeite, uns peixitos, rissóis caseiros, essas coisas. batatas fritas muito raramente. só em ocasiões especiais.
. gostamos muito de peixe e comemos muitas vezes.
. na carne, gostamos mais de frango, coelho, perú. vaca e porco vai-se fazendo.
. comemos muita fruta, muito queijo, muitos iogurtes.
. gostamos muito de pão e se for com manteiga ainda melhor (para mim e para ela)
. é muito raro entrarem bolos lá em casa. caseiros faço quando me dá na cabeça.
. sumos muito raramente. fazemos muitas vezes sumos naturais (temos laranjeira)
. açucar só gastamos para o café. o leite é simples.
. o pequeno almoço é baseado em leite, cereais, pão e bolachas (Maria. só e apenas. mesmo a catraia prefere estas).
. tento acompanhar sempre as refeições com legumes.
. chocolates, rebuçados, chupas é muito raro entrar lá em casa. guardo esses pequenos momentos para as idas aos mini-mercados e a cafés onde já nos conhecem e tendem sempre a dar uma guloseima.